sexta-feira, agosto 29, 2008

Cidade, nosso mais importante ecossistema...

Luiz Felipe Muniz de Souza
Advogado e Ecologista
lfmunizz@gmail.com - http://luizfelipemunizdesouza.zip.net/
Campos, 29/08/2008.

Por mais que a luta ambiental nos remeta a pensar em florestas e animais, são as cidades os ecossistemas mais importantes e vitais para a humanidade pós-moderna na face da Terra.

Do alto, estes aglomerados humanos, são como verdadeiras colônias de bactérias consumindo energia e produzindo rejeitos na epiderme do planeta, cuja simbiose rudimentar de zonas hiper-complexas da dimensão humana, mantém todo o contexto numa perspectiva insustentável, caótica mesmo!

As avenidas superlotadas de veículos automotores são artérias em esclerose múltiplas, atrofiando a vida, invadindo os espaços públicos como células cancerosas, contaminando a atmosfera e conduzindo todos ao inferno dos mundos em paralisia neural!

Em recente visita à Universidade de Santa Catarina – em Florianópolis – o cientista social e urbanista, em palestra para os alunos de arquitetura e urbanismo, o colombiano Emílio Pradilla Cobos, disse que as cidades estão em crise profunda, particularmente na América Latina: “Numa perspectiva futura, até 2050 nenhuma cidade irá resolver seus problemas. Esta é uma das grandes tragédias das cidades latino-americanas causadas pelo neoliberalismo”.

Infelizmente os sinais são bastante significativos no sentido da degradação crescente das cidades e grandes metrópoles brasileiras. As nossas lideranças políticas são irracionais no quesito urbanístico e entendem patavina de sustentabilidade! Os investimentos precários em formação técnica para atuação em demandas urbanas e de organização dos espaços públicos são uma vergonha e uma enorme irresponsabilidade na maioria das cidades brasileiras e muito particularmente no Norte-Noroeste Fluminense!

Enquanto o Brasil se vangloria com o sucesso da economia, com a ascensão das classes “D” e “E” no mercado de consumo, com o estupendo avanço do mercado de construção civil e com os recordes sucessivos de vendas de automóveis e motos, todos nós assistimos atônitos ao avanço real da desordem e da desorganização social e ambiental nos espaços públicos urbanos, sem querer entrar na questão da insegurança generalizada...

As instituições democráticas de nossa frágil República latina estão no limiar de muitas mudanças paradigmáticas ou não! Os próximos anos, e talvez já estas eleições municipais, irão ditar os rumos que a sociedade brasileira e fluminense adotará para o enfrentamento crescente e veloz da desorganização sócio-ambiental que ronda todas as cidades brasileiras neste momento.

Mesmo que você tente fazer a sua parte, o engano e a contra-informação nos mantêm reféns todos ao mesmo tempo agora!

quarta-feira, agosto 20, 2008

Como pôde a vara ter sumido diante de todo o mundo?

Teoria da conspiração?

Pelo Prof. Isaac Esqueff
Profissional da área de Educação Física - 19/08/2008

Quando falamos em jogos olímpicos, principalmente quando temos nossos atletas disputando-os, somos arremetidos aos primórdios das olimpíadas, época em que havia um certo ar romântico relacionado à prática esportiva num evento que aglomerava as massas e que, por um breve momento de tempo, acalmava os embates que naquela época eram tanto comuns e que faziam parte de toda a sociedade.

Com relação à prática desportiva, tem-se em sua essência o espírito de justiça e de igualdade, principalmente, pelos pressupostos relacionados ao que hoje denominamos de Fair-play. Muito tempo se passou e este ar romântico foi posto à prova mais uma vez, principalmente pela possibilidade da existência de uma "teoria da conspiração" relacionada ao sumiço da 10ª vara, a ser utilizada pela competidora brasileira Fabiana Murer em condições fora do normal, quando estamos a assistir o maior evento esportivo de todos os tempos, os jogos olímpicos de Beijing -2008.

Pode parecer um tanto absurdo, mas falo de teoria da conspiração sim, pois há uma atmosfera sombria diante do episódio ocorrido. Vejamos:

Fabiana e seu treinador eram amigos e realizavam treinamentos e intercâmbio com o técnico russo Vitaly Petrov e sua pupila, a atleta russa Yelena Isinbayeva. Ambos treinavam e trocavam informações técnicas e ambos insistiam e persistiam na tese de terem suas "pupilas" glorificadas com uma medalha olímpica. Yelena Isinbayeva é sem sombra de dúvidas a maior atleta mundial de sua categoria e era sem exageros, a maior candidata à medalha de ouro, mas Fabiana Murer, despontava na modalidade de salto com vara, principalmente pelo fato da mesma ser recordista brasileira e sul americana do salto com vara e por em 2008, ter estabelecido a marca de 4,80 m durante a disputa do Troféu Brasil de Atletismo.

O que pode "obscuramente" ter ocorrido, é o fato do sumiço da vara ter sido proposital, um plano milimetricamente arquitetado para que assim, Yelena Isinbayeva não tivesse uma pedra em seu caminho e esta pedra, Fabiana Murer, despontava e surpreendia a todos, principalmente, após ter batido o recorde sul-americano em Valência, na Espanha em março de 2008.

Sei que serei tomado como ridículo através de minha "teoria da conspiração", mas não duvido de que esta possibilidade possa ter algum fundamento, principalmente, pelo fato da organização dos jogos olímpicos simplesmente terem extraviado a vara da brasileira, que foi entregue aos organizadores do evento dentro do porta-varas, tudo devidamente lacrado e informado.

Sabemos que a China possui estreitos laços diplomáticos com a Rússia e assim sendo, não está longe a possibilidade de ter havido um acordo entre amigos, principalmente pelo fato de não haver nenhuma atleta chinesa que estivesse entre Yelena Isinbayeva e a brasileira.

Esta "teoria da conspiração" não é tão absurda, principalmente após o resultado da final do salto com vara feminino: Na prova, a russa Yelena Isinbayeva bateu o novo recorde mundial, saltando 5,05 metros. A norte-americana Jennifer Stuczynski ficou com a prata, saltando 4,80, mesma marca que Fabiana Murer fez no Troféu Brasil neste ano.

Aos que duvidam de uma "teoria da conspiração", finalizo citando Shakespeare: "Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia". Assim sendo, os deuses do Olimpo sabem da verdade e a guardarão por toda a eternidade.