terça-feira, dezembro 30, 2008

E o Farol 2009?

Faltando poucos dias para começar oficialmente a temporada de veraneio na nossa única praia, o Farol de São Thomé, ainda não se tem conhecimento do que acontecerá por lá nos meses de janeiro e fevereiro.

Até ao presente momento não foi feita nenhuma divulgação oficial das atividades esportivas e outras, que tradicionalmente acontecem todos os anos. É fato que existe uma "equipe" de transição que, inclusive, possui um coordenador específico para promoção do Farol 2009 e também um gestor esportivo já investido extra-oficialmente no cargo de presidente da Fundação Municipal de Esportes. Ambos possuem de forma primária (para não dizer urgente) a missão de fazer o Farol 2009 acontecer. Mas até agora nada sabemos.

Sabemos que a nossa cidade passa por momentos difíceis por conta das incessantes chuvas que tem promovido enchentes, destruição, desabrigados, enfim um caos intenso no município. Mas, sabemos também que existe dentro da equipe de transição pessoas com a incumbência de tratar especificamente desta questão.

Alegar falta, ou desconhecimento das verbas disponíveis para promover o Farol de São Thomé e gerar emprego, renda, fomentando a economia local, através do turismo. E, não divulgar um calendário de promoções diversas (inclusive as desportivas) para se dar continuidade ao que foi criado pelo então Prefeito eleito, Sr. Anthony Garotinho, após ter herdado a PMCG do prefeito Zezé Barbosa (adversário político à época), em condições muito mais adversas do que a atual me parece uma certa falta de vontade (ou será incompetência?).

Estranha-me, ainda mais, essa letargia na divulgação das atividades que serão desenvolvidas no verão do Farol, quando acompanhando via meios de comunicação diversos, inclusive pela internet, deparo-me com as seguintes noticias e postagens em blog's diversos. Fiz alguns recortes para ilustrar o que escrevo e transcrevo logo no final do artigo.

Acredito que as pessoas escolhidas pela Prefeita Rosinha, e que tem a responsabilidade de fazer do Verão do Farol 2009 um grande evento, irão se esmerar para isso. Aliás, acredito ser este o primeiro grande teste para eles se manterem num governo que tem prometido ser técnico e competente.

Vitor Longo, 29 dezembro de 2008.

Crise... Ambiental, financeira ou do capitalismo?!

Luiz Felipe Muniz de Souza
Advogado e Ecologista - lfmunizz@gmail.com http://luizfelipemunizdesouza.zip.net/

Campos, 30/12/2008.

Por anos sem fim o capitalismo domou e reciclou as suas desordens congênitas – como a crise atual – com muita guerra e destruição. Esta sempre foi a forma de re-colocar as coisas no seu eixo original, após um ciclo de muita especulação, mentiras e fraudes contra o Estado e os bens públicos. O domínio de uma minoria sempre foi garantido com armas de foto de alto calibre! O modelo imposto pelo capitalismo de mercado sempre fez valer a lógica de uma minoria podre de rica e uma absoluta maioria de marginais, quase sempre incultos e débeis.

Agora, porém, “a porca torceu o rabo” – como se diz na gíria popular! As máquinas de guerra das grandes nações dominantes, em particular os EUA, sofreram baixas fabulosas e inesperadas nos últimos anos...Acostumados a destruir o território “inimigo” e a reconstruí-lo após um “tratado de paz”, forjado com as lideranças locais derrotadas – criando assim a enorme dívida dos mundos subalternos –, os donos do capital viram suas retaguardas serem invadidas pelas tormentas dos céus... Tornados, furacões, terremotos e maremotos causaram nos últimos anos, bilhões de dólares de prejuízos em importantes centros urbanos, expondo déficits que nem mesmo as fraudes recorrentes e criminosas conseguiram esconder. A imprensa, como sempre, se mantém à margem desta dimensão!
Aos neocapitalistas de hoje impõem-se, desde já, uma questão: como promover e garantir uma guerra de dominação diante do caos climático irreversível, de conseqüências imprevisíveis e que ceifa de forma impecável as estruturas vitais tanto dos ricos quanto dos pobres ao mesmo tempo?

Segundo dados recentes publicados pela BBC, somente em 2008 “mais de 220 mil pessoas morreram em todo o mundo vítimas de desastres naturais” e as “perdas financeiras totalizaram cerca de US$ 200 bilhões (aproximadamente R$ 475 bilhões) em 2008, bem acima dos US$ 82 bilhões (R$ 195 bilhões) registrados em 2007”.

O rombo agora exposto do mercado financeiro global, com a quebradeira de bancos internacionais e grandes corporações empresariais já era administrado por longa data, numa falsa idéia exponencial de crescimento absoluto e lucros faraônicos, bastava, ao final de cada ciclo, reinventar uma nova guerra para soerguer a fajuta e insustentável lógica capitalista de mercado e dominação. Eis que surge a tal das “Mudanças Climáticas” na retaguarda de todos os processos humanos, impondo novíssimos contextos, debilitando lógicas empresariais refinadas, e expondo de vez a nossa enorme fragilidade sócio-cultural-econômica-ambiental, onde agora, o fator ecológico e climático tem peso irredutível; entretanto, nem os políticos, nem os governos e nem os grandes financistas do mercado de capitais, ainda se deram conta da abrangência da crise que já se instalou veloz!

Não é à toa a evidência em que ficarão os Prefeitos daqui a diante. As pessoas vivem em cidades e não em Estados ou em Nações, antes de tudo elas vivem em comunidades e aglomerados humanos mantidos por sistemas municipais de saúde, educação, saneamento, segurança, alimentação, etc, e serão as cidades as maiores vítimas dos processos de mudanças climáticas anunciados.

As(os) Prefeitas(os) que assumirão a partir de 2009 terão pela frente enormes desafios sócio-eco-ambientais! Creio que não mais será possível uma governança baseada em fatores políticos-partidários tão somente, mas... As equipes técnicas de gestão, controle e fiscalização deverão existir de fato e de carreira pública, previamente concebidas para um cumprimento continuado de metas – urbanas e rurais – afinadas com as urgências sócio-ambientais municipais, intermunicipais, estaduais e federais. De tal forma que as(os) Prefeitas(os) e suas equipes liderem, absolutamente, um processo vital de transformação dos aglomerados humanos em simbiose com as mudanças em curso, não será fácil!!

Antes de tudo será preciso entender que cabe ao Poder Executivo Municipal o papel primordial diante das crises intensas, não somente para socorrer os desabrigados ou famintos, mas também para estabelecer e restabelecer planos de ações preditivas e preventivas, bem como, destinar verbas para os seus cumprimentos reais. Os atores do Executivo não poderão mais se dar ao luxo da baixa qualificação política e técnica, devem pautar as suas prioridades de governo em modelos de gestão mais afinados e antenados com as urgências sócio-ambientais sistêmicas, complexas e irreversíveis já em processo em todo o Planeta. Tomara que assim o façam!!