sexta-feira, agosto 24, 2007

O “Elefante branco" da Lapa

Prof. Vitor Augusto Longo Braz
Jornalista e profissional de Educação Física

No ano de 2000, concebi um projeto, que na época se transformou, para mim, a menina dos meus olhos e em um grande desafio a sua execução. O Projeto, por mim, intitulado de FESPORTE CAMPOS, consistia no aproveitamento do cais da Lapa para a prática desportiva e promoção de eventos esportivos e culturais, como shows, por exemplo. É um amplo projeto que comportava eventos esportivos dentro da quadra, como: futevolei, duplas de vôlei, beach soccer e frescobol. Dentro do Rio Paraíba: Travessia de natação, regatas diversas, como: de laser, de remo, de caiaque, de caíque, desafio de jet sky e Wind surf. Na orla: apresentações de artes marciais, corridas rústica e procedimentos de medição de pressão arterial, glicemia e peso ideal. De um dia para o outro, ou seja, de sábado para domingo, um show popular regional.

Para tanto, o projeto previa a construção de uma “Arena Esportiva”, ou seja, uma infra-estrutura composta de arquibancadas, palco, quadra de areia macia e limpa e quiosques - que poderiam ser até tendas, para medições de pressão arterial, glicemia e peso ideal, através do fracionamento das medidas de composição corporal, de forma informatizada, para fornecer dados e dicas, com vistas à melhoria da saúde, bem estar e qualidade de vida da população.

Na ocasião, da elaboração deste projeto, apresentei-o a Carjopa, que tinha como então presidente, o empresário Marcelo Diegues. Marcelo adorou o projeto, porém a entidade que dirigia estava no seu começo e não dispunha de recursos capazes para transformá-lo em realidade.

Apresentei-o, então, a Kaiser, que após análise dos diretores da empresa, também fizeram uma avaliação positiva de sua execução, sugerindo, inclusive, que trouxesse a Dora Bria, campeã mundial na época de Wind Surf e, por demais, presente na grande mídia nacional, para agregar mais valor ao evento.

No entanto, a distribuidora da Kaiser estava em vias de mudança da nossa cidade e, o meu tão sonhado projeto, mais uma vez, ficou engavetado.

Quero registrar que este projeto foi apresentado a essas duas instituições e, deixado com os seus respectivos dirigentes, a cópia do mesmo. Esses empresários, em momento algum, se apoderaram do mesmo e, tão pouco, executou algo parecido com o que lhe foi apresentado e deixado com eles. Demonstraram ética, no sentido amplo da palavra.

Pois bem, na coalizão política partidária que o Prefeito Alexandre Mocaiber se propôs a fazer, o PSDB foi um dos partidos avocados a compor sua base política. O ex- deputado Paulo Feijó, embora na época sem partido, mas que apoiou o Prefeito Alexandre Mocaiber, no segundo turno das últimas eleições municipais, foi agraciado com a oportunidade de indicar um dos seus correligionários, para dirigir a Fundação Municipal de Esporte. Dessa forma, Feijó indicou o empresário e ex-sargento do Exército, Ivanildo da Silva Cordeiro, para assumir a pasta da Fundação Municipal de Esportes de Campos.

Minha expectativa foi tremenda, vibrei como se tivesse sido eu o indicado, uma vez que, tratava-se de um amigo de mais de 20 anos, que apoiei para deputado estadual, na campanha de 1995 ou 1996, não me lembro bem, e que sempre tive um excelente relacionamento de amizade comigo.

Contudo, minha decepção começou quando nem convidado para sua posse eu fui. Mas, não fiquei magoado, poderia ter sido esquecimento do amigo de mais de 20 anos. Quando o procurei para lhe requisitar um apoio para um evento aquático, o mais tradicional de Campos, que já desenvolvia há sete anos sem contar com o mínimo de apoio da municipalidade, minha decepção aumentaram um pouco mais. Dificuldades de todos os tipos foram, pelo presidente e seu tesoureiro apresentado, e o apoio, por mim, requisitado, tornaram-se quase que impossível.

O resultado é que não obtive o apoio para este tradicional evento, verdadeiramente de base, que fomenta a natação de nossa cidade, pois reúne em cada uma das suas etapas, uma média de 500 crianças, de faixa etária compreendida entre 1 a 18 anos, de mais de 25 Instituições, dentre as quais: projetos sociais, clubes, academias, condomínios, escolas públicas de variadas localidades, como Travessão e Martins Laje, e que sempre foi realizado com o maior zelo e organização. Todas as 31 etapas, ao longo dos 7 anos e meio de realização, foram coroadas de pleno sucesso. Foi uma falta de visão desportiva imperdoável do Presidente da FME e seu tesoureiro.

Em outra ocasião, fui até ao presidente da FME, requisitar um apoio para realização da 2ª Corrida de Travessão. Novamente, dificuldades outras, foram impostas. Mesmo assim, fui por diversas vezes à sede da FME, inclusive, certa vez, acompanhado da Diretora do Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel, profª Zamite Barreto, para tentar o apoio, que só aconteceu quando procurei o Feijó e relatei as dificuldades que estava tendo para o meu pleito. Diga-se de passagem, que nesta corrida rústica a previsão de participarem mais de duzentos corredores se concretizou, e o próprio presidente da FME, foi testemunha ocular não só do quantitativo de participantes, mas da sua organização séria e profissional, com apuração informatizada, algo inédito em nossa cidade, e a presença de atletas de vários outros municípios. Ressalte-se, por importância, que neste evento a verba destinada mal deu para cobrir os custos da corrida e que foi gerenciada pela diretora da instituição. Só para reforçar: eu, Vitor, não ganhei absolutamente nada em termos financeiros, nenhum centavo. Ganhei sim, e fiquei imensamente satisfeito, a felicidade de ter realizado mais um importante evento esportivo, de inclusão social e de integração, que contou com a presença de componentes do Grupo da Terceira Idade de Travessão, e do maratonista mais idoso do mundo- Sr. Tuplet Vasconcelos (94 anos) - na minha carreira profissional.

Mas, a minha maior decepção foi quando vi aquele meu tão sonhado projeto da Arena Esportiva – O FESPORTE Campos, começar a ser executado pela FME, sem ao menos me ter conhecimento. Ao encontrar, por um acaso do destino, na Semana do Meio Ambiente, no Centro de Campos, já sabedor da intenção do presidente da FME, em realizar aquele evento, que lhe apresentei na véspera da sua posse, indaguei-o sobre seu procedimento antiético. O presidente, então, desconversou e mudou o assunto.

Como se não bastasse essa atitude antiética, que não condiz com qualquer ser humano, muito menos, com um Gestor Público, comecei a ser difamado por ele, com adjetivos pouco agradáveis, como: desequilibrado, doente e criminoso.

Mas DEUS é magnânimo! Consegui uma mão amiga na Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Tecnologia, na pessoa do secretário, Dr. Rockfeller Felisberto de Lima, e de seu subsecretário, Sr. Marcelo Queiroz, dois jovens dinâmicos e de grande visão. “Abri” a porta do Turismo para realizar importantes eventos esportivos, que serviram de poderosas ferramentas, para se alavancar o Turismo em Farol de São Thomé e Lagoa de Cima, mobilizando os idosos de Campos e atletas de renome Internacional e de toda Região.

Aí minha decepção, já se configurando em mágoa, majorou, quando o Presidente da FME, talvez, envergonhado, enciumado, invejado, ou sei lá que sentimento baixo lhe possuiu, passou a tentar fechar as portas que abri na Secretaria de Turismo.

Graças a DEUS, essas suas atitudes só têm colaborado para que sua personalidade e caráter sejam, cada vez mais, do conhecimento público, não obtendo eco nenhum junto aos seus interlocutores, que estão constatando a seriedade e o profissionalismo que, modesta à parte, faz parte da minha personalidade e caráter.

E a Arena da Lapa, o meu “FESPORTE” Campos, que pena! Passou a ser considerado um Elefante Branco, estando na maior ociosidade há quase um mês.

Sua efetivação se constituiu num verdadeiro fracasso, executado nas “coxas” e em cima da hora, a dois dias do previsto, as festividades de São Salvador. De lá, para cá, a “Arena da Lapa”, ficou abandonada, a mercê de traficantes e de usuários de drogas da comunidade que controla o tráfico nas imediações.

Uma tristeza para mim e acredito, que para toda população campista. E o que agrava, mais ainda, essa situação, é que o “ELEFANTE BRANCO DA LAPA” está sendo bancado com o erário público, ou seja, com o meu dinheiro, com o seu e o de toda população de Campos.

Mas, como tudo na vida, é passível de mudanças, quem sabe o presidente da FME, não coloca a mão na consciência e vislumbre que tudo na vida é passageiro. Que não vale a pena ficar de “sapato alto” e jogar no lixo da sua vaidade as antigas, verdadeiras e fiéis amizades, construídas ao longo de décadas, com parceiros que começaram juntos, com todas as dificuldades e, como diz o dito popular: “comendo o pão que o diabo amassou”.

Que o Bom DEUS lhe abra seu coração e descortine sua visão obscurecida pela arrogância, ostentação, vaidade e presunção que o Poder cega.

Para finalizar quero dizer, que apesar da decepção e da mágoa que, no momento, sinto, não posso alimentar esses sentimentos dentro do meu Ser, sob o risco de não ser digno de galgar o Reino de DEUS e proporcionar combustível para qualquer tipo de doença. Torço pelo seu sucesso e, todos os dias faço emanações das melhores vibrações de positividade para o amigo Ivanildo Cordeiro.

Mas, por derradeiro, peço-lhe, encarecidamente, em nome de DEUS e dos meus quatro filhos: Ivanildo, deixe-me trabalhar!

Um comentário:

Rosi Santos disse...

holvatRESPOSTA ao artigo “o ‘Elefante branco’ da Lapa”

Um pensamento, uma idéia, e, principalmente, o que se depreende através da leitura de determinada matéria, principalmente quando impregnada de críticas nem sempre construtivas, e de cunho pessoal, se não devidamente contestada, normalmente conduz o leitor à conclusões não muito acertadas, por vezes formando-se um juízo de valor sobre a pessoa ou fato, via de regra inverídicos. Não é em vão que a própria Carta Magna eleva à categoria de dogma constitucional, o princípio pétreo do contraditório e da ampla defesa, aliados à proteção da imagem e honra da pessoa.
Logicamente, neste espaço, não se busca promover o fato originário da matéria “o ‘Elefante branco’ da Lapa”, datado de 24 de agosto de 2007 à categoria de grande importância. Mas, como determinadas colocações do articulista estão vinculadas a outras, divulgadas através de outros meios de comunicação, cujo escopo já atinge outras raias, houvemos por bem, neste mesmo blog, proporcionar ao leitor alguns esclarecimentos, a fim de que se possa dar ao assunto, através de fatos anteriores e desconhecimento do leitor, o verdadeiro sentido e conotação da matéria, por razões de consideração direta e respeito a qualquer público, que não pode ser propositadamente conduzido à conclusões equivocadas, decorrentes de manobras forjadas no submundo da informação tendenciosa, que, ao percorrer os túneis escuros e sombrios da maldade, realimentam-se de mentiras, em detrimento dos interesse maiores da administração pública, da honra pessoal e da opinião alheia, vez que, um artigo deturpado e viciado quando astuciosamente colocado, normalmente migra para outros canais de informação, por vezes desprovidos do verdadeiro critério ético, na tentativa de macular a vida de homens de bem com a nódoa indesejável e impregnada de seus próprios mantos, valendo-se, infelizmente, de forma aética e ilimitada, da liberdade de expressão e pensamento.

Vejamos os fatos:

A arena, hoje instalada no cais da Lapa, objeto do artigo em pauta, surgiu como resultado do “Estudo para Ocupação de Espaços Públicos Ociosos de Campos”, promovido pelo SESC/Campos, sob a direção de Izabel Maiolino e Heloísa Landim, no mês de junho/2007, onde, através de levantamento de imagens, o cais da lapa surgiu como uma opção dentre outras. Mesmo assim, já preexistia processo de licitação em andamento para instalação de uma arena, sendo que esta será removida para o Farol de São Tomé, ao final do ano, valendo frisar que a realização de eventos noturnos já começaram a ser realizados, com torneios de futebol de areia e show de pagode, não sendo razoável o posicionamento crítico de que um projeto, por melhor que seja, obrigatoriamente deva ter o seu início já marcado pelo sucesso, quanto mais em se tratando de eventos dependentes de prévio procedimento licitatório, tais como sistema de iluminação e som apropriados a fim de que se possa proporcionar ao público um espaço aberto às competições e eventos, os mais variados.
Retrata o articulista, que “no ano de 2000”, muito anterior à nossa gestão, concebeu um projeto, por ele intitulado, como disse, “Fesporte Campos”, que, segundo consta, “consistia no aproveitamento do cais da Lapa”. Acontece que não somente ele como diversas outras pessoas também já fizeram do cais da lapa alvo de diversos outros projetos, e, nem por isso, reclamaram para si o monopólio de idéias para o referido dique, o que seria um absurdo. Pelo que consta, a lei de proteção aos direitos autorais não dispõe sobre utilização de espaços públicos como privativo de qualquer particular!. Vários munícipes de peso, inclusive, já apresentaram projetos e idéias para a construção de uma nova ponte sobre o Rio Paraíba do Sul, ao longo da avenida onde foi construída a “Ponte Rosinha”, mesmo antes da queda e dos embargos de uso das atuais, mas, nem por isso, pelo que se sabe, alguém reivindicou a autoria sobre o projeto da ponte recentemente inaugurada. Ademais, no governo do ex-Prefeito Sérgio Mendes, de 1993 a 1997, bem anterior a 2000, já se realizava diversos eventos na referida área da lapa, inclusive eventos culturais e esportivos alusivos até à Festa do Santíssimo Salvador.
Quanto à alegação do autor de não ter sido convidado para a posse do presidente da FME, vale dizer que, não houve qualquer distribuição de convite pessoal por parte do presidente da FME para quem quer que seja. O grande de número de pessoas que lá compareceu foram amigos que se prontificaram para dar o apoio necessário, nos momentos de grande responsabilidade.
Logo que um gestor público assume um cargo, é grande o número de pessoas que se apresentam com projetos os mais variados, cabendo ao gestor sopesar com a devida cautela, os viáveis, os exeqüíveis e os legitimamente praticáveis. No caso particular, irresigna-se o autor por ter apresentado à Fundação Municipal de Esportes um Projeto por ele elaborado, datado de 13 de abril do corrente ano, denominado “Circuito Unimed Campos de Natação 2007”, pleiteando “2 (duas) parcelas de R$ 6.000,00 (seis mil reais)”. O autor, não muito familiarizado com a gestão da coisa pública, talvez não tenha se apercebido que recursos públicos não poderiam ser direcionados para um evento particular, onde cita, inclusive, no bojo do documento por ele mesmo subscrito, referindo ao interesse do evento pelo seu patrocinador – a Unimed, o seguinte: “promove os serviços oferecidos pelo patrocinador e contribui para expansão e conquista de novos valores, uma vez que, os participantes e público assistente sempre manifestam atitudes favoráveis em relação às instituições patrocinadoras” . Além do mais, a Fundação Municipal de Esportes dispõe de quadro de pessoal próprio para a realização de eventos dessa natureza, implicando, portanto, princípio de economicidade a otimização de recursos à consecução desses eventos através de seu próprio pessoal. A pretensão, portanto, do articulista, esbarra-se em impedimento legal e em razões de inconveniência para gestão pública.
Idéias e discussões pertencem ao campo das especulações, distintas, no entanto, da prática administrativa, que deve, compulsoriamente realizar a gestão através de atos administrativos pautados nos mais elevados princípios da legalidade, moralidade e finalidade públicas.
Quanto ao outro aspecto a que faz referência, sobre “o que dizer para meus filhos”, a reflexão é pessoal, pois, se por acaso não pode dizer a eles o que é correto, ao longo de mais de 20 anos como profissional, talvez seja porque alguns não tenham dado, na verdade, o merecido valor que a família representa no contexto da sociedade e na formação da pessoa. Todavia, se os filhos não mais acreditarem nos homens, principalmente naqueles que exercem cargo público, diga-lhes das realizações da Fundação Municipal de Esportes, no curto espaço de seis meses, tais como a sua regularização fiscal, o que tem proporcionado condições para parcerias com órgãos e entes públicos e privados, e ainda possibilitando o acesso à inúmeros projetos e programas de nível nacional, além dos seguintes: Bolsa Atleta, avaliação Morfo-funcional, Escolinha de Artes Marciais, Ballet/Jazz, Arena Multi-uso da Lapa, Lazer e Esporte em Nosso Bairro, Convênios com Tênis Clube de Campos, com a Associação Desportiva de Campos do Distrito de Goytacazes, Associação Campista de Handebol, Associação de Tae kwondo, e por que não dizer dos excelentes resultados conquistados pelas nossas equipes de esporte coletivo, como as de vôlei juvenil masculino e de basquete masculino, que chegaram a final do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, e ainda das equipes de handebol masculino e futsal feminino que vêem alcançando excelentes resultados em todas as competições não só a nível estadual colmo nacional, o que demonstra que a Fundação Municipal de Esportes vem trabalhando com afinco na massificação visando não somente o aspecto social – seu objetivo maior, como também a renovação das equipes de ponta, isso para não falar nos diversos outros projetos que já estão em andamento ainda para este ano de 2007.
Também não é por demais acrescentar, que pela primeira vez, em mais de l5 anos, a Fundação Municipal de Esportes sente orgulhosa em poder indicar para compor a sua Diretoria de Esportes um Professor de Educação Física, como forma de prestígio ao profissional da área, inclusive de mesma categoria funcional do próprio autor.
Por fim, é de bom alvitre falar, que a amizade de mais de 20 anos permanece incólume; no entanto, não se pode atribuir um novo perfil a alguém com base somente em dados trazidos do passado, onde teses em grupo eram discutidas a nível de especulações ideológicas, saudáveis, por que não. O munus funcional do cargo público, no entanto, delimita o gestor aos parâmetros da lei. Nesse contexto, o Presidente da Fundação Municipal de Esportes está em plena consonância, harmonia e coerência com os ideais que pregava e ainda prega, pois, em momento algum, ainda que no clamor da discussão e dos debates em prol da causa pública, jamais ouvidou da moralidade, da honra pessoal e do respeito ao próximo e à lei. IVANILDO CORDEIRO – Presidente da Fundação Municipal de Esportes.